Os custos de energia no Brasil – consumo, demanda e impostos – somariam R$ 330 bilhões por ano, segundo Raphael Ruffato, CEO e sócio-fundador da startup Lead Energy. Desse total, mais de R$ 50 bilhões poderiam ser economizados com o combate às ineficiências e desperdícios.
De acordo com ele, somente a troca de fornecedores, seja com a geração distribuída ou pela migração para o mercado livre, pode trazer uma economia de cerca 25% na fatura mensal. Outro gasto que poderia ser economizado são as multas com a ultrapassagem da demanda contratada, que sozinhas somariam R$ 2 bilhões/ano.
Ruffato adiciona uma terceira frente de custos oriundos com a ineficiência: dois terços das indústrias não recuperam seus créditos de ICMS. “A recuperação é comum em grandes centros, mas não acontece no interior do país”, explica o empreendedor, que atuou na CCEE por mais de uma década antes de começar a empreender.
Com pouco mais de 100 clientes industriais de pequeno e médio porte, a Lead se prepara para receber o aporte de investidor e direcionar o valor para iniciativas de marketing e na melhoria da sua plataforma. A ideia é escalar o mercado de empresas com custos mensais entre R$ 5 mil e R$ 70 mil. A média dos clientes atuais, segundo o CEO, é de R$ 40 mil. Para Ruffato, pelo menos 80% das empresas pagam a mais em suas contas de energia.
A fatura das distribuidoras não ajuda no processo, de acordo com ele. Além de não haver um padrão, não é incomum a mudança do layout, complicando a vida dos gestores de conta. No caso de contas industriais, o documento fica ainda mais difícil de ser entendido. Mas é a mesma fatura que é o começo do trabalho da startup: a partir dela, a Lead Energy identifica o que vem sendo pago desnecessariamente e indica os caminhos de otimização.
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