No cenário de comercialização de energia no Brasil, os submercados de energia elétrica representam regiões geográficas que possuem características distintas em termos de oferta, demanda e custos de transmissão. Para quem atua na modalidade atacadista, compreender os riscos associados aos submercados é fundamental para uma operação eficiente e sustentável.
A seguir, vamos explorar os principais riscos enfrentados pelas empresas que optam pelo mercado de energia atacadista e como mitigá-los.
O que são os Submercados de Energia?
O Brasil é dividido em quatro submercados de energia: Sudeste/Centro-Oeste, Sul, Nordeste e Norte. Cada um desses submercados possui condições específicas de geração e consumo de energia, influenciados por fatores como hidrologia, infraestrutura de transmissão, e características regionais de oferta e demanda.
Na modalidade atacadista, a energia é comprada e vendida em grandes volumes, e o preço pode variar de um submercado para outro. Essas variações podem representar grandes oportunidades de lucro, mas também significam riscos significativos para as empresas, especialmente devido às oscilações de preços entre os submercados.
Principais Riscos para a Modalidade Atacadista
1. Exposição à Volatilidade de Preços
Os preços da energia no mercado atacadista são altamente influenciados por fatores como as condições hidrológicas (chuvas ou secas), a oferta de fontes de geração (especialmente hidrelétricas) e a demanda local. Em anos de estiagem, por exemplo, os submercados podem enfrentar um aumento nos custos de geração, elevando os preços de energia em determinadas regiões.
Como Mitigar: A compra de contratos futuros ou a diversificação das fontes de energia pode ajudar a suavizar os efeitos da volatilidade. Além disso, o uso de ferramentas de previsão de preços e um acompanhamento próximo do mercado são essenciais para gerenciar esse risco.
2. Risco de Deslocamento entre Submercados
Há momentos em que a energia gerada em um submercado precisa ser deslocada para outro devido a limitações de geração ou variações na demanda. Esse deslocamento pode sofrer restrições, resultando em diferenças de preço entre os submercados. Empresas expostas a essas diferenças podem sofrer impactos financeiros relevantes, caso precisem comprar energia em um submercado mais caro para atender contratos em outra região.
Como Mitigar: O uso de derivativos ou contratos que levem em consideração as diferenças de preços entre os submercados pode ajudar a reduzir a exposição a esse risco. Além disso, estratégias que combinem a geração distribuída em diferentes regiões podem auxiliar na proteção contra os deslocamentos.
3. Risco de Transmissão
A transmissão de energia entre submercados está sujeita a restrições e falhas de infraestrutura, o que pode aumentar o custo da energia em algumas regiões. Quando há gargalos na rede de transmissão, as empresas podem enfrentar limitações na movimentação de energia entre os submercados, elevando os custos de fornecimento em locais com menor capacidade de geração.
Como Mitigar: Manter contratos de longo prazo com fornecedores em diferentes submercados pode ajudar a reduzir a dependência de uma única região. Além disso, investir em geração própria, como energia solar ou eólica, pode garantir maior controle sobre os riscos de transmissão.
4. Risco Climático
Fatores climáticos, especialmente a hidrologia, desempenham um papel crucial no preço da energia. Anos de seca ou de chuvas excessivas podem impactar a disponibilidade de água para as hidrelétricas, que são a principal fonte de geração de energia no Brasil. A escassez de recursos hídricos em um submercado pode elevar os preços da energia, enquanto em outro, com maior oferta, os preços podem cair, gerando uma disparidade que afeta o mercado atacadista.
Como Mitigar: A diversificação da matriz energética e a adoção de fontes alternativas de energia, como solar, eólica e biomassa, pode ajudar a reduzir a dependência das condições climáticas. Monitorar indicadores hidrológicos e utilizar ferramentas de análise climática também são estratégias essenciais.
Conclusão
O mercado atacadista de energia oferece grandes oportunidades, mas também exige um gerenciamento cuidadoso dos riscos, especialmente no que se refere aos submercados de energia. Empresas que desejam se destacar nesse cenário devem investir em ferramentas de gestão de risco, monitoramento de preços e diversificação da matriz energética para proteger seus negócios e garantir um futuro mais sustentável e eficiente.
Na Lead Energy, estamos prontos para apoiar empresas a navegar pelos desafios do mercado de energia, oferecendo soluções inteligentes e sustentáveis para a compra de energia de forma segura e com garantia de economia.